Um dos grandes gargalos que a área de RH enfrenta é quando chega às suas mãos um passivo trabalhista, afinal a empresa terá que arcar com punições financeiras, sem esquecer de que quando um profissional vai embora, ele leva o conhecimento empírico e para complicar pode passar a atuar na concorrência.
Para se ter uma noção do quanto as ações trabalhistas impactam nas companhias, em 2022 foram julgados 2.654.774 processos pela Justiça do Trabalho, no Brasil. Já em 2021, foram pagos aos reclamantes 32 bilhões de reais. No dia a dia das corporações, uma iniciativa que tem se destacado por ajudar a reverter esse quadro é a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).
É sempre bom ressaltar que um PCCS contribui para que a empresa: tenha mais previsibilidade sobre seus custos em relação à folha de pagamento; atraia e retenha talentos mais capacitados; estimule a motivação das equipes em longo prazo; e crie mecanismos de reconhecimento e recompensas estruturados, planejados e sustentáveis.
Para Renan Sinachi, Chief Strategy Officer (CSO) da Leme, quando uma empresa tem um Plano de Cargos, Carreira e Salários é possível reduzir em até 90% a exposição da companhia em relação aos riscos de legalidade e aos passivos trabalhistas, quando se faz uma comparação com as empresas que não possuem um PCCS.
“Essa redução de exposição ocorre porque a empresa consegue padronizar o trabalho, passa a mensurar os níveis de contribuição de cada cargo, estabelece as fronteiras de menor valor, valor médio e valor máximo para os cargos, além de criar mecanismos para que os colaboradores cresçam do ponto de vista salarial”, esclarece, ao acrescentar que um PCCS é um instrumento de motivação e de elevação da performance dos profissionais, uma vez que através desse plano é possível estabelecer regras para que as pessoas evoluam na carreira. Por consequência, isso gera impactos positivos no clima organizacional.
Sinachi menciona que um PCCS deixa a empresa muito mais estratégica, pois passa a ser quase uma condicionante de melhoria para a performance. Inclusive, ele ressalta que é impossível que uma companhia mantenha talentos motivados, entusiasmados e engajados no longo prazo, sem que
seja oferecido às pessoas um programa que permita que os talentos progridam juntamente com a evolução da empresa.
“Se a organização não fizer isso de uma maneira programada e técnica, vinculando o crescimento corporativo aos processos de recompensa e de valorização, entrará em uma espiral suicida, onde a empresa eleva os custos sem ter melhoria de performance”, argumenta o CSO da Leme.
Na visão de Renan Sinachi, é importante ressaltar que um Plano de Cargos, Carreiras e Salários possibilita que sejam estabelecidos valores iniciais em todas as faixas até o teto do salário por cargo. Consequentemente, passa a ter uma implicação significativa no custo mais alto que qualquer organização tem que é a folha de pagamento. Isso faz com que o PCCS seja altamente estratégico.
“As empresas que protelam a implantação do PCCS só perdem tempo para um mercado que possui companhias concorrentes e que vão se estruturando”, conclui Sinachi, ao lembrar que esse ‘alerta’ vale tanto para empresas privadas quanto públicas, uma vez que as organizações estão empenhadas em modernizar os mecanismos de gestão, não querem perder bons profissionais e, ainda, desejam atrair colaboradores que fazem o diferencial.
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