Descubra como a Gestão do Desempenho com Método Ágil pode promover a “vantagem da felicidade” e tornar as pessoas mais produtivas.
por Maíra Stanganelli / CMKT Leme | 25/10/2019
▶ Sempre que se fala em métodos ágeis, uma coisa precisa ficar clara: embora o termo “ágil” signifique, também, “rapidez”, o ponto importante concentrado nessa palavrinha de 4 letras, e que nunca deve passar despercebido, é “eficiência”. O objetivo da implantação do método ágil é produzir um efeito, resolver um problema ou realizar uma entrega, preferencialmente, em um período curto.
O core dos métodos ágeis está especificado nos 4 valores do Manifesto Ágil, produzido em 2001. Essa declaração tem valia ainda hoje, para qualquer metodologia baseada nessa premissa:
1. Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas.
2. Software em funcionamento mais que documentação abrangente.
3. Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos.
4. Responder a mudanças mais que seguir um plano.
Como é possível notar, esses elementos foram baseados na realidade da área de tecnologia, no entanto, graças aos eficientes resultados apresentados por essa indústria, o mercado passou a perceber com outros olhos esse método de gestão de projetos tão produtivo. Assim, os métodos ágeis se espalharam para todas as demais áreas das organizações e têm sido aplicados pelos mais variados segmentos de mercado.
Existem muitos benefícios vinculados aos métodos ágeis, mas hoje, separamos um deles que, provavelmente, você ainda não tenha notado. Esse benefício é a resultante do encontro entre o estabelecimento de metas de curto prazo x gestão do desempenho e se chama “vantagem da felicidade”.
A “vantagem da felicidade” é uma expressão utilizada pelo psicólogo Shawn Achor, estudioso da psicologia positiva. No TEDxBloomington, de 2011, de 2011, o psicólogo explicou que, quando as pessoas estão positivas, o cérebro vivencia a “vantagem da felicidade”:
“… o cérebro no positivo tem um desempenho significativamente melhor do que no negativo, neutro ou estressado. Sua inteligência, criatividade, seu nível de energia aumentam. De fato, descobrimos que todos os resultados em negócios melhoram. Um cérebro no positivo é 31% mais produtivo que no negativo, neutro ou estressado…”
Shawn Achor, TEDxBloomington, 2011.
Você deve estar se perguntando: e onde é que a Gestão do Desempenho com Método Ágil de encaixa nisso tudo? Pois bem, já vamos falar sobre isso. Mas, antes, queremos destacar o quão melhor é o nosso desempenho quando estamos felizes, motivados, quando temos e vemos propósito e significado em nosso trabalho.
O colunista Rafael Souto, da Você S/A, resgatou recentemente o conceito do job crafting, criado em 2001 por duas pesquisadoras americanas. O conceito se resume em ressignificar o próprio trabalho, tornando-o mais significativo para si. Não é ignorar que os problemas existem, como acontece na “Síndrome de Pollyanna”. É dar um sentido novo à própria atuação. O resultado? Pessoas que conseguem ressignificar suas atividades são mais felizes e produtivas.
O estudo realizado por essas pesquisadoras, feito com profissionais da área de limpeza de um hospital, é bastante esclarecedor. Alguns dos colaboradores entrevistados entendiam o seu trabalho como um simples cumprimento das tarefas designadas; outros percebiam suas atividades como parte do sistema de saúde de forma geral, cujo trabalho impactava para melhorar a vida das pessoas. Este último grupo, com o “cérebro no positivo” trabalhava mais feliz e realizando mais entregas.
Existem formas de trabalhar com o “cérebro no positivo” para obter a “vantagem da felicidade”, de modo que as pessoas sejam mais produtivas e realizadas. E as empresas podem promover algumas soluções que causem essa felicidade. É aqui, portanto, que a Gestão do Desempenho com Método Ágil entra em ação.
No método ágil, um projeto é fracionado em sprints, isto é, em ciclos de desenvolvimento, em que sempre há uma entrega a ser realizada ao cliente. Os sprints acontecem em prazos curtíssimos, que variam de 2 a 4 semanas, no máximo. A cada sprint realizado, há a apuração do que deu certo e o que pode ser melhorado para o próximo.
A Gestão do Desempenho com Método Ágil opera com essa mesma proposta: a partir de uma meta ou da necessidade de uma melhoria na área, por exemplo, priorizam-se as ações que devem ser realizadas nos próximos 15 dias, no máximo. Ou seja, as entregas são organizadas para serem realizadas em curto prazo.
Ao longo da execução do sprint, o gestor acompanha a evolução do projeto. Normalmente, acontecem reuniões diárias de, no máximo, 15 minutos, para fazer a Gestão do Desempenho da equipe no cumprimento deste sprint. Ao finalizar o sprint, essa entrega está concluída e o ciclo para o próximo se reinicia.
O cumprimento de cada sprint é o que motiva as pessoas a continuarem a executar os demais. É aqui que o “cérebro no positivo” entra em ação e as pessoas têm a “vantagem da felicidade”: as metas de curto prazo permitem que as pessoas comemorarem suas pequenas conquistas de forma recorrente e se sintam motivadas a continuar entregando.
O psicólogo Shawn Achor cita esse processo em seus estudos e o chama de “O Efeito Zorro”. Esse evento acontece quando as pessoas canalizam seus esforços em metas pequenas e exequíveis e têm a vantagem de conquistar gradualmente as maiores.
No paralelo com a Gestão do Desempenho com Método Ágil, os membros das equipes vão ganhando confiança para os próximos sprints porque conseguem a “vantagem da felicidade”. E, resgatando um dado importante, “um cérebro no positivo é 31% mais produtivo do que em outros estados”.
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Conceber a Gestão do Desempenho com Método Ágil ótica deixa muito claro mais um ponto: embora seja um projeto que normalmente tem sua porta de entrada pelo RH, essa área não pode ser a única responsável pela sua implantação. O RH pode assumir o papel de “guardião” da metodologia, mas quando se trata de gerir o desempenho das pessoas, esse é um compromisso de cada gestor.
Aliás, o método ágil vai exigir mudança no perfil do gestor, que deverá assumir o papel de líder coach. O método também vai causar impactos na própria cultura organizacional e, para isso, todas as pessoas, desde os C-Level, passando por todos os demais níveis hierárquicos, todos terão de se preparar para essa transformação. Então, sejam bem-vindos a um novo modelo de gestão que permite às pessoas serem felizes! ◼
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